segunda-feira, 24 de março de 2008

VELHOS HÁBITOS COM NOVOS ESTILOS

“De certa forma o trabalho de um crítico é fácil (ou no meu caso, mais fácil ainda, pois nem isso sou por completo). Arriscamos-nos pouco, e temos prazer em avaliar com superioridade os que nos submetem seu trabalho e reputação. Ganhamos fama com críticas negativas que são divertidas de escrever e ler; mas a dura realidade que nós críticos devemos encarar é que no quadro geral, a mais simples porcaria talvez seja mais significativa do que nossa análise. Mas a vezes que um crítico arrisca de fato alguma coisa, como quando descobre e defende uma novidade. O mundo costuma ser hostil aos novos talentos, às novas criações. O NOVO PRECISA SER INCENTIVADO.”
No último dia 16 fui convidado por uma grande amiga, a comparecer no show de uma banda porto alegrense, iniciante no meio do show bizness. Admito que sempre fui evasivo ao estilo jovem e comercial da banda, um estilo chamado “hard core”. Contrario ao estilo da banda em questão, sempre fui adepto a sons abstrusos e complexos. Sempre fui adepto a músicas que de algum jeito valorizasse o músico, mostrando sua competência em fazer “riffs” complicados e bem trabalhados, porém, pela amizade a qual dedico aos integrantes da banda Full Plate, assisti ao show da mesma.
Chegando ao local da apresentação (Bar Opinião), me deparei com uma fila relativamente grande, comparado a fama das bandas que se apresentariam (logo após a Full Plate, iria se apresentar uma banda do mesmo estilo chamada Strike). Entrando na fila me deparo com pessoas realmente distintas a mim, e ao grupo de indivíduos que costumo conviver, porém, inteiramente acolhedoras, simpáticas, e é claro, como qualquer grupo de fãs, um tanto histéricas.
Após entra na pista do Bar Opinião, e esperar incansavelmente pelo começo da apresentação, que de modo desagradável foi atrasado, deu-se início ao show do conjunto dos meus amigos. De cara já fiquei surpreso com a energia passada logo no início da apresentação com a música “Mike”. Uma introdução rápida, fácil, e com uma pegada rock n’ roll que infelizmente é rara hoje em dia por bandas novas sem legado musical.
Não me impressionei só pela presença de palco oferecida pela banda, mas também pelo total controle do público, mostrando uma agitação e euforia contagiantes. Porém nem tudo são “rosas e vinho tinto” na vida de um roqueiro. Na metade da apresentação, foram surpreendidos com problemas técnicos com um dos guitarristas, um problema até então contornável, contudo, o mesmo foi o suficiente para mostrar a ainda insegurança, inexperiência, e necessidade de aprender a improvisar, visto que, depois de uma tentativa frustrada de concertar o problema com o guitarrista, trocando sua guitarra, o resto do grupo acabou por “desconcertado” pela situação, envolvendo-se de mais com o problema do companheiro, deixando transparecer sua insegurança. Entretanto, deve-se um singelo parabéns ao vocalista da banda (Vinícius Motta), que mesmo um tanto desnorteado, conseguiu “entreter” o público fazendo uma ótima interpretação (numa versão hard core) da música “Eu Bebo Sim”, imortalizada por Elza Soares. Onde logo após, o resto do bando o acompanhou (inclusive do guitarrista Jorge, onde o mesmo, ao invés de tocar, cantou a música). Depois de o leve desespero ser suprido, e de todos terem voltado ao seu respectivo lugar, o show continuou de modo satisfatório, e por mais incrível que pareça, em nenhum momento perderam seu contagiante ânimo.
Com o término da estimulante apresentação da banda Full Plate, encara o público gaúcho a banda mineira Strike. Os garotos de minas gerais, mostraram que sua popularidade não é em vão. Onde mesmo sendo de um estilo marcante (porém comercial) mostraram que os rumores de ser uma banda revelação, ou até mesmo uma “aposta de banda” não são só exageros de uma mídia sensacionalista carente de boas e competentes bandas.
Não quero parecer hostil com essa crítica; Ao contrario, sempre me mostrei averso ao hard core e o emo core, entretanto depois de conhecer a full plate, mesmo relutando, comecei a gostar desse estilo rápido e de fácil acesso, sendo obrigado a admitir que estava errado em relação a música, visto que, para se ter um som de boa qualidade, não precisamos criar músicas com intermináveis notas, e sim, saber tocá-las, com felling, e destreza, ocorrência que a Full Plate mostrou saber fazer muito bem.
Encerrada a noite de apresentações, na saída tumultuada do show, pude notar a satisfação dos fãs, e a euforia de ter visto uma banda a qual dedicam sua paixonite adolescente. Foi notório ver o poder que ambas as bandas exercem; um poder inestimável em relação ao seu público. Tive ao final da noite a feliz oportunidade de conhecer parte do pessoal da banda Strike, e confraternizar com os integrantes da banda Full Plate.
Fico feliz em saber que a fama de bons garotos a qual as bandas se submetem não é precipitada, visto que todos eles são extremamente agradáveis, e que se é para deixar na mão desses novos músicos, o prestígio de um amplo público, fico feliz, pois sei que não serão decepcionados por uma espécie de “banda explosão do momento” sem futuro, como já foram outras várias vezes.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Algumas súplicas

Não finja que está apaixonada
Se não sabe o que sente;

Não diga que me entende,
Se você se magoa com palavras sinceras;

Não me provoque,
Se souberes que cada vez fico mais apaixonado;

Não me diga palavras bonitas
Se depois irá me negar ações tão belas quanto.

Se for para se apaixonar, apaixone-se,
Mas não me machuque;

Se for para não saber o que fazer, tudo bem,
Desde que também não me deixe aflito, confuso e sem ação.

E a cima de tudo...
Não me deixe te amar,
Se no final não deixar que fique junto a ti.