segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um dos pecados capitais... Raiva


Raiva...
O mais transparente dos sentimentos,
Não há como esconder,
Os olhos ardem como piras de cólera,
A boca destila fel,
A língua chicoteia arduamente,
Palavras são como dardos inflamados,
Mãos agem como armas dilaceradoras,
Quebranta o espírito e mói a carne,
Não conhece a compaixão,
Só se aplaca com muito esforço,
No final da batalha,
O espólio é o arrependimento.

Passei o dia gritando,
Querendo chorar,
Sem conseguir.

Gritando pro mundo,
Literalmente,
Sem ninguém ouvir.

Uma raiva absurda,
Loucura de tudo,
Tendo que prosseguir.

Prosseguir sem amor,
Prosseguir sem calor,
Bons sentimentos sentir.

Vou dormir sem ninguém
Me dizer: “eu te amo”,
Meu coração vai partir.

E amanhã novamente
Essa sina demente
Vai continuar, persistir.

Me possui, me consome
Raiva, eterna raiva
posso sentir o sangue
na minha garganta

Dane-se tudo,
resolvi acabar com o circo,
circo em que
a minha desgraça
é a atração principal

Quem dita as regras
por aqui sou eu,
porém no meu jogo, só eu em que ganho

Minha vida não
é um picadeiro
Essa é
minha
vida

Raiva de todos
E desejo do fundo
da minha alma
que arranjem
algo melhor para odiar.

2 comentários:

Bianca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bianca disse...

Transbordando alegrias...uhasusaha... Serntir raiva não é pecado, aliás, é só uma prova que tu está vivo. E a raiva, bem ou mal, faz parte da vida. Uma falsa raiva comedida. Sempre achamos que estamos com controle sobre ela. Mas ninguém pode prever quando ela vai vir à tona, consumindo-nos e fazendo que nós percamos o controle sobre esse sentimento que, inicialmente, parecia apenas uma insatisfação.
Beijos!